Centro Cultural Guimarães Rosa
A realização da "IIª Mostra Riofilme de Cinema Brasileiro", é a continuidade do trabalho de divulgação da cinematografia brasileira e, por extensão, de nossa cultura, mantendo os laços que nos unem a São Tomé; país que aprendi a admirar e onde fiz muitos amigos durante os sete meses em que aqui vivi.
Nessa oportunidade não poderia deixar de citar e agradecer ao então Embaixador brasileiro em São Tomé, Manuel Innocencio e ao Jacy Braga, que acreditaram em nossa proposta e tornaram possível a realização da “Iª Mostra”, embrião do projeto, e ao atual Embaixador, Sr. Arthur V.C. Meyer, pelo voto de confiança.
Nesta segunda edição, ampliada, temos uma “mostra paralela” de curtas-metragens, infantis e clássicos dos primórdios do cinema no Brasil; filmes do acervo do Centro Técnico Audiovisual (CTAv) da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, num total de 9 longas de ficção, 9 documentários, 14 curtas e duas sessões infantis.
Bom entretenimento a todos.
OS FILMES
Anjos do Sol, escrito e dirigido por Rudi Lagemann e produzido pela CaradeCão Filmes / Globo Filmes / Apema Filmes, é um longa-metragem de ficção resultado de uma pesquisa de nove anos sobre a prostituição infantil no Brasil, com roteiro inspirado em reportagens sobre o tema.
Narra a trajetória de Maria, uma menina de 12 anos, vendida pelos pais, e que é obrigada a se prostituir e percorrer grande parte do país. A sua travessia nos revela, em meio a inusitados e emocionantes acontecimentos, as engrenagens do universo da prostituição infantil no Brasil.
Anjos do Sol recebeu o prêmio de “Melhor Filme do Júri Popular no Festival Internacional de Cinema de Miami”, e em sua estreia mundial mereceu crítica de Mariana Medina, do Warner Channel, EUA, que escreveu:
“ ... um dos principais méritos desta produção foi a delicada ótica com que narra uma história tão visceral e devastadora. Cinematograficamente, o filme conta com todos os elementos que fazem um bom filme: uma história estruturada, excelentes atuações, uma linda trilha sonora, fotografia impecável e o mais importante: a forma com que toca a sensibilidade do espectador, conseguindo uma conexão emocional que perdura no tempo.”
Ficha técnica:
Direção e roteiro: Rudi Lagemann
Produção executiva: Luiz Leitão.
Produção: Luiz Leitão / Juarez Precioso / Rudi Lagemann
Direção de produção: Ricardo Gringo / Kiki Garcia / Luciana Loureiro
Assistente de direção: Carol Neves
Fotografia: Tuca Moraes
Cenografia: Levi Domingos
Figurinos: Rita Murtinho
Montagem: Leo Alves / Rudi Lagemann / Felipe Lacerda
Duração: 92 min.
Elenco:
Antonio Calloni / Chico Diaz / Darlene Glória / Otávio Augusto / Vera Holtz / Fernanda Carvalho / Caco Monteiro / Mary Sheyla / Maurício Gonçalves.
Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Maria Letícia
Fotografia: Fernando Duarte
Música: Cristina Braga e Ricardo Medeiros
Montagem: Marília Alvim e Marília Letícia
Duração: 74 min.
Elenco:
Isabela Garcia / Paulo César Grande / Marcélia Cartaxo / Maria Mariana / Neusa Borges / Emanuelle Moritz / Ilya São Paulo / Cláudia Mauro / Zezé Motta / Ricardo Blat / Chico Diaz / Ilda Gomes / Rosamaria Murtinho / Fernanda Ghelman.
Sabe aquele passo que você deu na vida e que tornou toda ela diferente do que poderia ter sido?
Carlos Eduardo está a ponto de dá-lo. Na porta do cinema ele aguarda Júlia, a menina por quem está apaixonado; mas ela está atrasada.
E se ela não chega e ele se casa com outra; ou vice-versa?
E se, porque ela não chega, ele se torna um rapaz imaturo, cheio de experiências amorosas inconstantes e insatisfatórias?
Carlos Eduardo irá viver as três possibilidades. Uma depende da sua coragem de encarar ou não a sua grande paixão. A outra, de se permitir uma transgressão, e a terceira de ser maduro o suficiente para entender o amor romântico – aquele em que duas metades se completam e vivem felizes para sempre – tem limites.
“Amores Possíveis” foi classificado em 2º lugar no Laboratório de roteiros do Sundance Festival e para a mostra World Cinema.
Ficha técnica:
Direção e produção: Sandra Werneck
Argumento original: Maya Werneck Da-Rin
Roteiro: Paulo Halm
Produção executiva: Elisa Tomei
Direção de produção: René Bittencourt
Fotografia: Walter Carvalho
Figurinos: Kika Lopes
Direção de arte: Cláudio Amaral Peixoto
Música: Chico Buarque de Holanda
Som direto: Silvio Da-Rin
Duração: 93 min.
Elenco:
Murilo Benício / Carolina Ferraz / Emílio de Mello / Beth Goulart / Irene Ravache / Luiza Mariani / Drica Moraes / Cristine Fernandes.
Sedutora e passional, Cleópatra concilia herança histórica, vocação política, ousadia estratégica e ambição desmedida para o pleno exercício do poder na confluência das culturas grega e egípcia. Ao invés de uma Cleópatra épica, o filme apresenta uma Cleópatra lírica, em que seus maiores embates ocorrem com ela mesma.
O filme participou do 40º Festival de Cinema Brasileiro de Brasília; da seleção oficial da 64ª Mostra Internazionale D´arte Cinematográfica de Veneza, do 37º International Film Festival Rotterdam (Holanda) e seleção oficial Man programme Section King and Aces.
Ficha técnica:
Direção: Júlio Bressane.
Roteiro: Júlio Bressane e Rosa Dias.
Fotografia: Walter Carvalho.
Produtora executiva: Daniela Arantes.
Produtores: Tarcísio Vidigal e Lúcia Fares.
Diretor de arte: Moa Batsow.
Figurinos: Ellen Milet
Música: Guilherme Vaz.
Montagem: Rodrigo Lima.
Duração: 116 min.
Elenco:
Alessandra Negrini / Miguel Falabella / Bruno Garcia / Tonico Pereira / Taumaturgo Ferreira / Isabel Gueron Iras / Josie Antelo Armina / Nildo Parente / Cezar Augusto / Heitor Martinez / Lúcio Mauro / Bel Garcia.
Os três amigos vivem uma experiência limite quando resolvem ajudar Rosalina, paciente que está internada no hospital universitário onde Paulo faz residência, preocupada com o sumiço dos filhos. Ao procurar pelas crianças nos subúrbios do Rio de Janeiro, eles se confrontam com a violência da cidade.
Ficha técnica:
Direção: Jorge Duran.
Argumento e roteiro: Jorge Duran e Dani Patarra.
Colaboração no roteiro: Gustavo Bohrer e Eduardo Duran.
Produtor executivo: Suzana Amado.
Fotografia: Luis Abramo.
Direção de arte: José Joaquim Salles
Figurinos: Anna Catanhede e Joana riba.
Montagem: Pedro Duran.
Elenco:
Caio Blat / Maria Flor / Alexandre Rodrigues / Edyr Duqui / Adriano de Jesus / Luciano Vidigal / Raquel Pedras.
“Vestido de Noiva” é uma peça de teor psicológico representada em 1943, sob direção do ator e diretor polonês Ziembiswnky, e que foi um marco do teatro brasileiro. Em 2006, o cineasta Joffre Rodrigues, filho de Nelson, adaptou e dirigiu o texto para o cinema.
Memória e alucinação se misturam num fluxo livre entre o passado, o presente e o futuro nos últimos momentos vividos por uma mulher em coma no hospital, vítima de atropelamento.
Casada com Pedro e feliz, Alaíde perturba-se ao começar a ler o diário de Madame Clecy, mulher que fascinara a sociedade do Rio de Janeiro e que fora assassinada peloa amante aos 37 anos.
Enquanto Clecy entra em sua vida, na obsessão da leitura, Alaíde deixa emergir o motivo de seus constantes conflitos com Lúcia, sua irmã. Lúcia e Pedro se amam e pretendem se casar quando Alaíde morrer.
Ficha técnica:
Adaptação, roteiro, produção e direção: Joffre Rodrigues.
Produção executiva: Alvarina Souza Silva.
Fotografia: Nonato Estrela.
Direção de arte: Alexandre Meyer.
Figurinos: Rita Murtinho.
Edição som e imagem: Eric Marin.
Cenografia: Heloisa Stockler.
Duração: 111 min.
Elenco:
Marília Pêra / Simone Spoladore / Letícia Sabatela / Marcos Winter / Bete Mendes / Buza Ferraz / André Valli / Nalson “Sacha” Vinicius / Tonico Pereira / Sandra Barsotti.
Ficha técnica:
Roteiro, direção e produção: Paulo Pons.
Produção executiva: Danielle Penteado e Alceu Passos.
Direção de produção: Diego Catta Preta.
Fotografia: Thiago Lima Silva.
Montagem: Bernardo Jucá.
Música: Dado Villa-Lobos.
Duração: 102 min.
Elenco:
Bárbara Borges / Erom Cordeiro / Branca Messina / Marcio Kielling / José de Abreu / Guta Stresser.
CURTAS METRAGENS
Os curtas premiados da Riofilme apresentam várias faces do Rio de Janeiro, em seus múltiplos tons e cores, onde a música é tema na maior parte dos filmes: do samba ao forró.
‘Babaú na casa do Cachaça – Verde e Rosa blues”, de Luiz Guimarães de Castro, sobre a delicadeza de dois baluartes do samba.
“Jorjão”, de Paulo Tiefenthaler, conta-nos a trajetória e o ritmo de um grande mestre de bateria de escola de samba.
“Rio branco e preto, Cacique de Ramos na avenida”, de Leonardo Reis e Bárbara Lito. O filme acompanha os preparativos de uma família que desfila no lendário bloco de carnaval e conta a sua história, em que a garra, amor e fidelidade dos componentes são o principal ingrediente.
“Rio no forrobodó”, de Amauri Alves Filho, nos mostra a identificação do carioca com o forró, ritmo típico do nordeste que, por suas características e alegria, conquistou o país de norte a sul.
“Mestre Humberto”, de Rodrigo Savastano, mostra a Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro, para contar a história da malandragem carioca.
Em “São Jorge de Camunguelo” Karen Akerman mostra a música como meio de devoção e religiosidade.
O universo da arte e cultura popular, presente na comunidade urbana carioca, é o mote do filme de Vicente Duque Estrada e Lúcio Aguiar., em “Tio Lino, Rocinha mundo e arte”.
Ipanema é o bairro fetiche do Rio de Janeiro; conhecido no mundo inteiro pela canção “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, mas Sérgio Sbragia nos apresenta a façanha de um porteiro que consegue domar e capturar um tubarão em “Zé do Sertão e a fera do mar”.
O programa de curtas premiados termina com o filme “Risco”, de Bernardo Gebara e Renato Andrade, que percorrem as ruas do Rio de Janeiro registrando a trajetória de um andarilho “dessocializado” em belo ensaio poético narrado pelo ator Othon Bastos.
O programa tem a duração de 167 minutos.
Seleção dedicada à música brasileira em suas variantes. Do partido alto, passando pelo chorinho até a bossa nova, “Sessão de Música” passeia pelos ritmos brasileiros que atravessaram fronteiras e conquistaram admiradores e respeito no mundo inteiro.
Essa sessão tem a duração de 45 minutos.
A zona portuária do Rio de Janeiro do início do século XX foi berço de grandes mestres da música popular brasileira. Mesmo as condições precárias não impediram o surgimento de um gênero musical que é uma de nossas maiores manifestações culturais; o choro. Esse é o tema de “Alma Carioca”, de William Côgo.
Em “Brasil, precisa-se de um intérprete”, de André Lopes, temos um documentário onde celebridades, como Hans Donner, austríaco, mago dos efeitos especiais da Rede Globo de Televisão, e anônimos, estrangeiros que escolheram o Brasil para viver, dão seus depoimentos sobre o nosso país.
Essa programação tem a duração de 38 minutos.
SESSÃO CRIANÇA
Dedicada aos miúdos, a “Sessão Criança” divide-se em dois programas; um composto de diversas animações com a duração de 42 minutos e outro, com o longa-metragem “O Grilo Feliz”.
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O primeiro programa reúne animações dirigidas por Andrés Lieban a partir de músicas do compositor Toquinho: Aquarela, O Pato, O Caderno, Errar é humano, Bicicleta, Mundo da Criança e A Casa. Na sequência temos a animação criada e dirigida pelo desenhista Still, abordando o imaginário popular, intitulada “Super–tição“. Encerrando a programação, com direção de Ale Camargo, a animação “Calango".
“ O Grilo Feliz” é um dos habitantes de um pequeno povoado da Floresta Amazônica, que se destaca dos demais por ser sensível, sábio e protetor. Além disso, o Grilo Feliz é músico e gosta de compôr novas músicas com sua companheira Estrela Linda, que é a estrela mais brilhante do céu e é o alvo de Maledeto, um lagarto ambicioso que acredita que ela seja na verdade um diamante. Quem nos conta essa estória, em 81 minutos, é o cineasta Walbercy Ribas.
DOIS CLÁSSICOS
“Não sou literato. Sou poeta do cinema. E o cinema nada mais é do que cachoeira. Deve ter dinamismo, beleza, continuidade eterna.”
(Humberto Mauro, Jornal do Brasil, RJ, abril de 1973)
Realizado em 1936, com música de Heitor Vila-Lobos e representante do Brasil no Festival de Veneza de 1938, “O Descobrimento do Brasil” é uma transcrição fílmica da carta que o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, Pero Vaz de Caminha, escreveu ao rei de Portugal, Dom Manuel, o Venturoso, relatando as maravilhas da “terra brasilis”.
Embora em sua essência o filme seja a visualização do descobrimento tal como visto pelos manuais escolares da História do Brasil, Humberto Mauro fez questão de deixar claro que não foi por casualidade que a frota de Pedro Álvares Cabral chegou ao novo continente. Enriqueceu com detalhes antropológicos colhidos nos filmes realizados entre os índios pelas equipes de Cândido Rondon, o relacionamento dos descobridores com o povo indígena.
As matérias publicadas na época tinham, sobretudo, um tom patriótico e poucas analisavam os valores cinematográficos apresentados pelo cineasta: a atmosfera mística em que se desenrola o contato com a Terra Nova, a procissão da cruz, a primeira missa, a alternância desses episódios mais sérios com cenas mais leves, como a dança coletiva dos índios com os descobridores.
Humberto Mauro faleceu no dia 5 de novembro de 1983, na cidade onde nasceu, Volta Grande, próximo a Cataguazes, Estado de Minas Gerais.
Ficha técnica:
Direção e roteiro: Humberto Mauro.
Produção: Alberto Campiglia, Instituto do Cacau da Bahia e Brazília Filme.
Trilha sonora: Heitor Villa-Lobos.
Fotografia: Manoel P.Ribeiro, Alberto Botelho, Alberto Campiglia e Humberto Mauro.
Duração: 90 min.
Elenco:
Álvaro Costa / Manoel Rocha / Alfredo Silva / De Los Rios / Armando Duval / Reginaldo Calmon / João de Deus / J.Silveira / Hélio Barrozo Neto.
“Limite” de Mário Peixoto, filmado em 1930, no município de Mangaratiba, Rio de Janeiro, tem como tema a passagem do tempo e a condição humana.
O filme, projetado em uma sessão tumultuada no Cinema Capitólio, no Rio de Janeiro de 1931, foi levado a Paris, onde foi apreciado ou compreendido por Orson Welles, Eisenstein e Pudovkine. É que Limite, filme excepcional, foi taxado de arte pura, inacessível ao grande público. Ao se referir ao filme Octávio de Faria diz que para entendê-lo é “preciso mesmo um certo hábito de ver cinema como arte - o cinema autêntico, hoje infelizmente perdido, ou a começo de se perder com o vozerio e o catastrofismo do moderno cinema falado”. De fato, o filme não é de fácil recepção, pois depende da sensibilidade ativa e da inteligência do espectador. Restaurado em 1970 e considerado uma obra prima, foi apresentado, em 2007, no Festival de Cannes, selecionado pela World Cinema Foundation.
Em 1988, “Limite” foi escolhido em pesquisa nacional promovido pela Cinemateca Brasileira, o melhor filme brasileiro de todos os tempos.
Ficha técnica:
Roteiro e direção: Mário Peixoto.
Fotografia: Edgar Brazil.
Elenco:
Olga Breno / Taciana Rei / Raul Schnoor / P.G. Pedrera /
DOCUMENTÁRIOS
Baseado no livro “O Brasil dos gringos”, de Tunico Amâncio, o documentário “Olhar Estrangeiro” mostra a visão que o cinema mundial tem do Brasil.
Filmado na França (Lyon e Paris), Suécia (Estocolmo) e Los Angeles (EUA) o documentário, através de entrevistas com os diretores, roteiristas e atores desvenda os mecanismos que produzem esses clichês. Participam Michael Caine, Hope Davis, Zalman King, Jon Voight, Phillipe de Brocca e Robert Ellis Miller, entre outros.
Ficha técnica:
Direção: Lúcia Murat.
Produção executiva: Luís Vidal e Paola Abou-Jaoude.
Roteiro: Lúcia Murat e Tunico Amâncio.
Fotografia: Dudu Miranda.
Direção de arte: Caco Moraes.
Duração: 70 min.
Este é um documentário sobre a participação de Alberto Santos Dumont no desenvolvimento da aviação. O filme resgata imagens do aviador brasileiro que julgavam inexistentes ou perdidas para sempre e entre elas estão a do vôo definitivo do 14 – Bis, as do experimento com o número 18 no Sena e as dos mais importantes vôos do Mademoiselle. Narrado em tom jornalístico, “ O Homem pode voar” se concentra na contextualização do trabalho de Santos Dumont em meio aos outros aviadores que no início do século 20 empenhavam-se em criar objetos voadores capazes de decolar, seguir uma direção e pousar por meios próprios, e de sua presença na sociedade da época.
Ficha técnica:
Direção: Nelson Holneff.
Produção: Elaine Mattos.
Roteiro e pesquisa histórica: Henrique Lins de Barros.
Pesquisa de imagem: Antonio Venâncio.
Música: David Tygel.
Fotografia: Sylvestre Campe.
Edição: Raquel Couto.
Narração:Roberto Maya.
Duração: 75 min.
Ônibus 174 é um documentário que partiu de uma investigação cuidadosa, baseada em imagens de arquivos, entrevistas e documentos oficiais sobre o seqüestro de um ônibus em plena zona sul do Rio de Janeiro. O seqüestro ocorreu em 12 de junho de 2000, e foi filmado e transmitido ao vivo por 4 horas, paralisando o país.
O filme narra a estória do seqüestro em paralelo à estória de vida do seqüestrador, intercalando as imagens que a televisão fez da ocorrência policial com uma narrativa que revela como um típico menino de rua carioca virou um bandido. As duas narrativas dialogam formando uma realidade que transcende à ambas, e que revela ao espectador porque o Brasil é um país tão violento.
Ficha técnica:
Direção: José Padilha.
Co-direção: Felipe Lacerda.
Produção: José Padilha, Marcos Prado e Rodrigo Pimentel..
Fotografia: Cesar Moraes e Marcelo Guru.
Pesquisa: Jorge Alves e Fernanda Cardoso.
Duração: 133 min.
Enquanto a violência explode de uma forma cada vez mais assustadora pelo mundo, o filme trata de um dos mais tristes e cruéis episódios da história do século XX.
Timor Leste é uma pequena ilha localizada entre a Austrália e a Indonésia e que foi colonizada pelos portugueses.
Desde 1974, quando começou a lutar por sua independência, foi invadida pela Indonésia (maior país muçulmano do mundo) e teve quase um terço de sua população dizimada.
Quando, em 1999, o povo maubere pode finalmente escolher democraticamente entre a independência ou a integração à Indonésia, o país foi barbaramente queimado como marca de despedida.
Lucélia Santos chegou com sua equipe ao país um ano após esse trágico acontecimento e registrou com seu olhar sensível a situação do povo maubere. Sua vida, crenças, luta, esperança, tragédias ...
“Timor Leste” é um filme triste e sensível que mostra como a realidade pode ser mais cruel e assustadora do que a ficção.
Ficha técnica:
Direção e produção: Lucélia Santos.
Fotografia: Luis Abramo.
Roteiro: Pedro Neschling e Lucélia Santos.
Montagem: Mair Tavares.
Música: Carlos Pacini e Carlos Pacini Filho.
Arquivo de imagens: Rádio Televisão Portuguesa (RTP).
Em 5 de outubro de 1997 uma equipe de cinema entrou na favela Vila Parque da Cidade, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Os moradores assistem à missa celebrada pelo papa João Paulo II, no Aterro do Flamengo. Em dezembro a equipe volta a favela para descobrir como sues moradores viveram a experiência religiosa. Católicos, espíritas e evangélicos, todos eles têm em comum a crença numa comunicação direta com o mundo sobrenatural através da intervenção, em seu cotidiano, de santos, orixás, guias, ou do Espírito Santo. O filme termina em 24 de dezembro, quando alguns personagens celebram, cada um a seu modo, o natal.
Ficha técnica:
Direção: Eduardo Coutinho.
Fotografia: Luis Felipe Sá e Fabian Silbert.
Produção executiva: Claudius Ceccon, Dinah Frotté e Elcimaf de Oliveira.
Pesquisa e consultoria: Patrícia Guimarães.
Montagem: Jordana Berg.
Direção de produção:Cláudia Braga.
Duração: 80 min.
Dirigido pelo ator Zózimo Bubul, “Abolição” é um documentário que aborda a condição do negro no Brasil, enfocando temas como o padrão de vida dos negros, sua luta e sua realidade. Rodado em cores e preto e branco, apresenta fotos históricas que descrevem as muitas situações enfrentadas pelos escravos, traçando um paralelo de seus descendentes nos dias atuais. O filme traz depoimentos de personalidades negras de todo o país.
Realizado por ocasião das comemorações do centenário da assinatura da “Lei Áurea” pela Princesa Isabel abolindo a escravidão no Brasil, “Abolição” traz um questionamento sobre que tipo de abolição houve neste país, pois 100 anos depois a luta continua contra a desigualdade e o racismo.
Ficha técnica:
Roteiro e direção: Zózimo Bubul.
Fotografia: Walter Carvalho
Depoimentos:
Abdias do Nascimento / Lélia Gonzalez / Beatriz do Nascimento / Grande Otelo / Joel Rufino / Dom Èlder Câmara / D.João de Orleans Bragança / Gilberto Freire.
Este documentário de Paulo Roscio promove o gol à categoria de ciência, e o título “Zico na Rede” diz exatamente ao que ele se propõe: uma festa de gols, todos antecedidos de falas curtas do próprio Zico, de colegas como Júnior, Adílio, Raul, Edinho ou o folclórico Peu, explicando a gênese de cada gol e seus graus de dificuldade ou originalidade.
Traz, ainda, imagens inéditas de Zico no Flamengo, na seleção brasileira, e mais de 150 gols dos mais importantes da carreira do “Galinho de Quintino”.
Ficha técnica:
Direção, produção executiva e roteiro: Paulo Roscio.
Fotografia: Haroldo Borges e Jorge Monclar.
Música: Alexandre Pires.
Edição: Rodrigo Nascimento.
Pesquisa: Bruno Coimbra.
Depoimentos:
Zico / Adílio / Alcindo / Carlos Alberto Santos / Celso Garcia / Che / Edinho / Junior / Nelinho / Peu q Renato Maurício Prado / Roberto Assaf / Ronaldo Castro / Fábio Luciano / Iata Anderson / Raul Plassman / José Carlos Araújo.
APOIO
A Riofilme, criada em 1992, sempre desempenhou papel fundamental na revitalização do cinema brasileiro, contribuindo significativamente para a retomada da produção e distribuição dos filmes brasileiros, principalmente no mercado nacional.
Destacando-se por ostentar o maior número de filmes brasileiros lançados no mercado interno, tem estendido sua ação muito além de sua função de distribuidora de filmes. São intervenções de apoio à expansão do mercado exibidor, de estímulo à formação de público para o Cinema Brasileiro e de fomento à produção nos diversos segmentos do audiovisual, o que a tem distinguido como uma instituição singular, que sintoniza sua luta pelo mercado buscando resultados mais amplos e de longo prazo em prol da nossa cinematografia.
O Centro Técnico Audiovisual, da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, nasceu a partir de uma parceria entre a Embrafilme e o National Film Board (NFB), do Canadá, através de um acordo de cooperação técnica assinado em 1985.
Gerenciado pelo cineasta Gustavo Dahl, tem por objetivo apoiar o desenvolvimento da produção cinematográfica nacional, priorizando o realizador independente e estimulando o aprimoramento da produção de filmes; promovendo a implantação de medidas voltadas à formação, capacitação e aperfeiçoamento de pessoal técnico necessário a atividade cinematográfica. Atuar como órgão difusor de tecnologia cinematográfica para núcleos regionais de produção, apoiando o surgimento deles.
Agradecimentos
Riofilme:
Sérgio Henrique Sá Leitão – presidente.
Lia Bahia – gerente de fomento e difusão.
Nixxon Alves da Silva – produção.
CTAv.
Gustavo Dahl – presidente.
Liana Corrêa – coordenação de difusão.
Ana Beatriz Vasconcelos – produção.