2ª Mostra

                                                
        Centro Cultural Guimarães Rosa


Curador: Vital Paulino Filho

                     A realização da "IIª Mostra Riofilme de Cinema Brasileiro", é a continuidade do trabalho de divulgação da cinematografia brasileira e, por extensão, de nossa cultura, mantendo os laços que nos unem a São Tomé; país que aprendi a admirar e onde fiz muitos amigos durante os sete meses em que aqui vivi.

                     Nessa oportunidade não poderia deixar de citar e agradecer ao então Embaixador brasileiro em São Tomé, Manuel Innocencio e ao Jacy Braga, que acreditaram em nossa proposta e tornaram possível a realização da “Iª Mostra”, embrião do projeto, e ao atual Embaixador, Sr. Arthur V.C. Meyer, pelo voto de confiança.

                     Nesta segunda edição, ampliada, temos uma “mostra paralela” de curtas-metragens, infantis e clássicos dos primórdios do cinema no Brasil; filmes do acervo do Centro Técnico Audiovisual (CTAv) da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, num total de 9 longas de ficção, 9 documentários, 14 curtas e duas sessões infantis.


                      Bom entretenimento a todos.





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OS FILMES


Anjos do Sol, escrito e dirigido por Rudi Lagemann e produzido pela CaradeCão Filmes / Globo Filmes / Apema Filmes, é um longa-metragem de ficção resultado de uma pesquisa de nove anos sobre a prostituição infantil no Brasil, com roteiro inspirado em reportagens sobre o tema.

Narra a trajetória de Maria, uma menina de 12 anos, vendida pelos pais, e que é obrigada a se prostituir e percorrer grande parte do país. A sua travessia nos revela, em meio a inusitados e emocionantes acontecimentos, as engrenagens do universo da prostituição infantil no Brasil.

 Anjos do Sol recebeu o prêmio de “Melhor Filme do Júri Popular no Festival Internacional de Cinema de Miami”, e em sua estreia mundial mereceu crítica de Mariana Medina, do Warner Channel, EUA, que escreveu:

 “ ... um dos principais méritos desta produção foi a delicada ótica com que narra uma história tão visceral e devastadora. Cinematograficamente, o filme conta com todos os elementos que fazem um bom filme: uma história estruturada, excelentes atuações, uma linda trilha sonora, fotografia impecável e o mais importante: a forma com que toca a sensibilidade do espectador, conseguindo uma conexão emocional que perdura no tempo.”
 
Ficha técnica:
Direção e roteiro: Rudi Lagemann
Produção executiva: Luiz Leitão.
Produção: Luiz Leitão / Juarez Precioso / Rudi Lagemann
Direção de produção: Ricardo Gringo / Kiki Garcia / Luciana Loureiro
Assistente de direção: Carol Neves
Fotografia: Tuca Moraes
Cenografia: Levi Domingos
Figurinos: Rita Murtinho
Montagem: Leo Alves / Rudi Lagemann / Felipe Lacerda
Duração: 92 min.

Elenco:
Antonio Calloni / Chico Diaz / Darlene Glória / Otávio Augusto / Vera Holtz / Fernanda Carvalho / Caco Monteiro / Mary Sheyla / Maurício Gonçalves.


 O Amigo Invisível nos conta a história de Tixa, uma menina de sete anos, que tem um amigo que só ela vê. Entre golpes de jiu-jitsu e socos com luvas de boxe, suas brincadeiras com o irmãozinho são perigosas, por isso prefere seu amigo Gabriel com quem pula corda e até brinca de bonecas. Mas essa amizade é vista com estranheza pela família, porque acha que Tisa está falando sozinha. A história se passa nos anos 50 e reconta a história do Brasil pelo olhar de uma criança.

Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Maria Letícia
Fotografia: Fernando Duarte
Música: Cristina Braga e Ricardo Medeiros
Montagem: Marília Alvim e Marília Letícia
Duração: 74 min.

Elenco:
Isabela Garcia / Paulo César Grande / Marcélia Cartaxo / Maria Mariana / Neusa Borges / Emanuelle Moritz / Ilya São Paulo / Cláudia Mauro / Zezé Motta / Ricardo Blat / Chico Diaz / Ilda Gomes / Rosamaria Murtinho / Fernanda Ghelman.


Amores Possíveis é um filme sobre o destino.
Sabe aquele passo que você deu na vida e que tornou toda ela diferente do que poderia ter sido?
Carlos Eduardo está a ponto de dá-lo. Na porta do cinema ele aguarda Júlia, a menina por quem está apaixonado; mas ela está atrasada.
E se ela não chega e ele se casa com outra; ou vice-versa?
E se, porque ela não chega, ele se torna um rapaz imaturo, cheio de experiências amorosas inconstantes e insatisfatórias?
Carlos Eduardo irá viver as três possibilidades. Uma depende da sua coragem de encarar ou não a sua grande paixão. A outra, de se permitir uma transgressão, e a terceira de ser maduro o suficiente para entender o amor romântico – aquele em que duas metades se completam e vivem felizes para sempre – tem limites.
“Amores Possíveis” foi classificado em 2º lugar no Laboratório de roteiros do Sundance Festival e para a mostra World Cinema.

Ficha técnica:
Direção e produção: Sandra Werneck
Argumento original: Maya Werneck Da-Rin
Roteiro: Paulo Halm
Produção executiva: Elisa Tomei
Direção de produção: René Bittencourt
Fotografia: Walter Carvalho
Figurinos: Kika Lopes
Direção de arte: Cláudio Amaral Peixoto
Música: Chico Buarque de Holanda
Som direto: Silvio Da-Rin
Duração: 93 min.

Elenco:
Murilo Benício / Carolina Ferraz / Emílio de Mello / Beth Goulart / Irene Ravache / Luiza Mariani / Drica Moraes / Cristine Fernandes.



Pela primeira vez, Cleópatra, um dos maiores mitos femininos da antiguidade, é representado em língua portuguesa em filme dirigido por Júlio Bressane, o mais autoral cineasta brasileiro. Retratado por Bressane, o mito de Cleópatra tem como tema central o confronto entre os mundos gregos e egípcio, segundo a visão multifacetada de Cleópatra, através de sua vida privada; uma mulher cujos maiores encantos eram a erudição e a diplomacia.
Sedutora e passional, Cleópatra concilia herança histórica, vocação política, ousadia estratégica e ambição desmedida para o pleno exercício do poder na confluência das culturas grega e egípcia. Ao invés de uma Cleópatra épica, o filme apresenta uma Cleópatra lírica, em que seus maiores embates ocorrem com ela mesma.
O filme participou do 40º Festival de Cinema Brasileiro de Brasília; da seleção oficial da 64ª Mostra Internazionale D´arte Cinematográfica de Veneza, do 37º International Film Festival Rotterdam (Holanda) e seleção oficial  Man programme Section King and Aces.

Ficha técnica:
Direção: Júlio Bressane.
Roteiro: Júlio Bressane e Rosa Dias.
Fotografia: Walter Carvalho.
Produtora executiva: Daniela Arantes.
Produtores: Tarcísio Vidigal e Lúcia Fares.
Diretor de arte: Moa Batsow.
Figurinos: Ellen Milet
Música: Guilherme Vaz.
Montagem: Rodrigo Lima.
Duração: 116 min.

Elenco:
Alessandra Negrini / Miguel Falabella / Bruno Garcia / Tonico Pereira / Taumaturgo Ferreira / Isabel Gueron Iras / Josie Antelo Armina / Nildo Parente / Cezar Augusto / Heitor Martinez / Lúcio Mauro / Bel Garcia.


Direção de Jorge Duran, conta a história de três jovens universitários e como suas vidas se cruzam. Leon é namorado de Letícia e divide um apartamento com Paulo. Quando ele apresenta sua namorada ao amigo, eles se apaixonam, mas o triângulo amoroso não se realiza, o que não impede que um clima tenso envolva os jovens.
Os três amigos vivem uma experiência limite quando resolvem ajudar Rosalina, paciente que está internada no hospital universitário onde Paulo faz residência, preocupada com o sumiço dos filhos. Ao procurar pelas crianças nos subúrbios do Rio de Janeiro, eles se confrontam com a violência da cidade.

Ficha técnica:
Direção: Jorge Duran.
Argumento e roteiro: Jorge Duran e Dani Patarra.
Colaboração no roteiro: Gustavo Bohrer e Eduardo Duran.
Produtor executivo: Suzana Amado.
Fotografia: Luis Abramo.
Direção de arte: José Joaquim Salles
Figurinos: Anna Catanhede e Joana riba.
Montagem: Pedro Duran.

Elenco:
Caio Blat / Maria Flor / Alexandre Rodrigues / Edyr Duqui / Adriano de Jesus / Luciano Vidigal / Raquel Pedras.

                                                   
“ Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico.  (Nelson Rodrigues)

“Vestido de Noiva” é uma peça de teor psicológico representada em 1943, sob direção do ator e diretor polonês Ziembiswnky, e que foi um marco do teatro brasileiro. Em 2006, o cineasta Joffre Rodrigues, filho de Nelson, adaptou e dirigiu o texto para o cinema.

Memória e alucinação se misturam num fluxo livre entre o passado, o presente e o futuro nos últimos momentos vividos por uma mulher em coma no hospital, vítima de atropelamento.
Casada com Pedro e feliz, Alaíde perturba-se ao começar a ler o diário de Madame Clecy, mulher que fascinara a sociedade do Rio de Janeiro e que fora assassinada peloa amante aos 37 anos.

Enquanto Clecy entra em sua vida, na obsessão da leitura, Alaíde deixa emergir o motivo de seus constantes conflitos com Lúcia, sua irmã. Lúcia e Pedro se amam e pretendem se casar quando Alaíde morrer.

Ficha técnica:
Adaptação, roteiro, produção e direção: Joffre Rodrigues.
Produção executiva: Alvarina Souza  Silva.
Fotografia: Nonato Estrela.
Direção de arte: Alexandre Meyer.
Figurinos: Rita Murtinho.
Edição som e imagem: Eric Marin.
Cenografia: Heloisa Stockler.
Duração: 111 min.

Elenco:
Marília Pêra / Simone Spoladore / Letícia Sabatela / Marcos Winter / Bete Mendes / Buza Ferraz / André Valli / Nalson “Sacha” Vinicius / Tonico Pereira / Sandra Barsotti.


Numa pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul, a filha de um rico fazendeiro é violentada e abandonada na beira de um rio. Meses depois, Miguel, um rapaz misterioso e solitário chega no Rio de Janeiro e passa a perseguir uma jovem carioca, Carol, com quem inicia um estranho relacionamento. Carol tem um irmão, Bruno, que mora na Austrália e que acabara de chegar ao Rio para passar alguns dias. Juntos, eles vão a uma festa onde Sazão, amigo de Bruno e Carol, é golpeado e quase morto. Na mesma noite da festa Camila chega ao Rio e faz revelações que conduzem a história para um novo e inesperado caminho.

Ficha técnica:
Roteiro, direção e produção: Paulo Pons.
Produção executiva: Danielle Penteado e Alceu Passos.
Direção de produção: Diego Catta Preta.
Fotografia: Thiago Lima Silva.
Montagem: Bernardo Jucá.
Música: Dado Villa-Lobos.
Duração: 102 min.

Elenco:
Bárbara Borges / Erom Cordeiro / Branca Messina / Marcio Kielling / José de Abreu / Guta Stresser.                  





CURTAS METRAGENS 

Os curtas premiados da Riofilme apresentam várias faces do Rio de Janeiro, em seus múltiplos tons e cores, onde a música é tema na maior parte dos filmes: do samba ao forró.

‘Babaú na casa do Cachaça – Verde e Rosa blues”, de Luiz Guimarães de Castro, sobre a delicadeza de dois baluartes do samba.

“Jorjão”, de Paulo Tiefenthaler, conta-nos a trajetória e o ritmo de um grande mestre de bateria de escola de samba.

“Rio branco e preto, Cacique de Ramos na avenida”, de Leonardo Reis e Bárbara Lito. O filme acompanha os preparativos de uma família que desfila no lendário bloco de carnaval e conta a sua história, em que a garra, amor e fidelidade dos componentes são o principal ingrediente.

“Rio no forrobodó”, de Amauri Alves Filho, nos mostra a identificação do carioca com o forró, ritmo típico do nordeste que, por suas características e alegria, conquistou o país de norte a sul.

“Mestre Humberto”, de Rodrigo Savastano, mostra a Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro, para contar a história da malandragem carioca.

Em “São Jorge de Camunguelo” Karen Akerman mostra a música como meio de devoção e religiosidade.

O universo da arte e cultura popular, presente na comunidade urbana carioca, é o mote do filme de Vicente Duque Estrada e Lúcio Aguiar., em “Tio Lino, Rocinha mundo e arte”.

Ipanema é o bairro fetiche do Rio de Janeiro; conhecido no mundo inteiro pela canção “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, mas Sérgio Sbragia nos apresenta a façanha de um porteiro que consegue domar e capturar um tubarão em “Zé do Sertão e a fera do mar”.

O programa de curtas premiados termina com o filme “Risco”, de Bernardo Gebara e Renato Andrade, que percorrem as ruas do Rio de Janeiro registrando a trajetória de um andarilho “dessocializado” em belo ensaio poético narrado pelo ator Othon Bastos.

O programa tem a duração de 167 minutos.

 Seleção dedicada à música brasileira em suas variantes. Do partido alto, passando pelo chorinho até a bossa nova, “Sessão de Música” passeia pelos ritmos brasileiros que atravessaram fronteiras e conquistaram admiradores e respeito no mundo inteiro.  
Essa sessão tem a duração de 45 minutos.


A zona portuária do Rio de Janeiro do início do século XX foi berço de grandes mestres da música popular brasileira. Mesmo as condições precárias não impediram o surgimento de um gênero musical que é uma de nossas maiores manifestações culturais; o choro. Esse é o tema de “Alma Carioca”, de William Côgo.

Em “Brasil, precisa-se de um intérprete”, de André Lopes, temos um documentário onde celebridades, como Hans Donner, austríaco, mago dos efeitos especiais da Rede Globo de Televisão, e anônimos, estrangeiros que escolheram o Brasil para viver, dão seus depoimentos sobre o nosso país.
Essa programação tem a duração de 38 minutos.


SESSÃO CRIANÇA
                     
Dedicada aos miúdos, a “Sessão Criança” divide-se em dois programas; um composto de diversas animações com a duração de 42 minutos e outro, com o longa-metragem “O Grilo Feliz”.
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O primeiro programa reúne animações dirigidas por Andrés Lieban a partir de músicas do compositor Toquinho: Aquarela, O Pato, O Caderno, Errar é humano, Bicicleta, Mundo da Criança e A Casa. Na sequência temos a animação criada e dirigida pelo desenhista Still, abordando o imaginário popular, intitulada “Super–tição“. Encerrando a programação, com direção de Ale Camargo, a animação  “Calango".


 “ O Grilo Feliz”  é um dos habitantes de um pequeno povoado da Floresta Amazônica, que se destaca dos demais por ser sensível, sábio e protetor. Além disso, o Grilo Feliz é músico e gosta de compôr novas músicas com sua companheira Estrela Linda, que é a estrela mais brilhante do céu e é o alvo de Maledeto, um lagarto ambicioso que acredita que ela seja na verdade um diamante. Quem nos conta essa estória, em 81 minutos, é o cineasta Walbercy Ribas.







DOIS CLÁSSICOS


“Não sou literato. Sou poeta do cinema. E o cinema nada mais é do que cachoeira. Deve ter dinamismo, beleza, continuidade eterna.”

(Humberto Mauro, Jornal do Brasil, RJ, abril de 1973)

Realizado em 1936, com música de Heitor Vila-Lobos e representante do Brasil no Festival de Veneza de 1938, “O Descobrimento do Brasil” é uma transcrição fílmica da carta que o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, Pero Vaz de Caminha, escreveu ao rei de Portugal, Dom Manuel, o Venturoso,  relatando as maravilhas da “terra brasilis”.

Embora em sua essência o filme seja a visualização do descobrimento tal como visto pelos manuais escolares da História do Brasil, Humberto Mauro fez questão de deixar claro que não foi por casualidade que a frota de Pedro Álvares Cabral chegou ao novo continente. Enriqueceu com detalhes antropológicos colhidos nos filmes realizados entre os índios pelas equipes de Cândido Rondon, o relacionamento dos descobridores com o povo indígena.

As matérias publicadas na época tinham, sobretudo, um tom patriótico e poucas analisavam os valores cinematográficos apresentados pelo cineasta: a atmosfera mística em que se desenrola o contato com a Terra Nova, a procissão da cruz, a primeira  missa, a alternância desses episódios mais sérios com cenas mais leves, como a dança coletiva dos índios com os descobridores.

Humberto Mauro faleceu no dia 5 de novembro de 1983, na cidade onde nasceu, Volta Grande, próximo a Cataguazes, Estado de Minas Gerais.

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Humberto Mauro.
Produção: Alberto Campiglia, Instituto do Cacau da Bahia e Brazília Filme.
Trilha sonora: Heitor Villa-Lobos.
Fotografia: Manoel P.Ribeiro, Alberto Botelho, Alberto Campiglia e Humberto Mauro.
Duração: 90 min.

Elenco:
Álvaro Costa / Manoel Rocha / Alfredo Silva / De Los Rios / Armando Duval / Reginaldo Calmon / João de Deus / J.Silveira / Hélio Barrozo Neto.


 “Limite” de Mário Peixoto, filmado em 1930, no município de Mangaratiba, Rio de Janeiro, tem como tema a passagem do tempo e a condição humana.
O filme, projetado em uma sessão tumultuada no Cinema Capitólio, no Rio de Janeiro de 1931, foi levado a Paris, onde foi apreciado ou compreendido por Orson Welles, Eisenstein e Pudovkine. É que Limite, filme excepcional, foi taxado de arte pura, inacessível ao grande público. Ao se referir ao filme Octávio de Faria diz que para entendê-lo é “preciso mesmo um certo hábito de ver cinema como arte - o cinema autêntico, hoje infelizmente perdido, ou a começo de se perder com o vozerio e o catastrofismo do moderno cinema falado”. De fato, o filme não é de fácil recepção, pois depende da sensibilidade ativa e da inteligência do espectador.
Restaurado em 1970 e considerado uma obra prima, foi apresentado, em 2007, no Festival de Cannes, selecionado pela World Cinema Foundation.

Em 1988, “Limite” foi escolhido em pesquisa nacional promovido pela Cinemateca Brasileira, o melhor filme brasileiro de todos os tempos.

Ficha técnica:
Roteiro e direção: Mário Peixoto.
Fotografia: Edgar Brazil.

Elenco:
Olga Breno / Taciana Rei / Raul Schnoor / P.G. Pedrera / 



DOCUMENTÁRIOS



Baseado no livro “O Brasil dos gringos”, de Tunico Amâncio, o documentário “Olhar Estrangeiro” mostra a visão que o cinema mundial tem do Brasil.
Filmado na França (Lyon e Paris), Suécia (Estocolmo) e Los Angeles (EUA) o documentário, através de entrevistas com os diretores, roteiristas e atores desvenda os mecanismos que produzem esses clichês. Participam Michael Caine, Hope Davis, Zalman King, Jon Voight, Phillipe de Brocca e Robert Ellis Miller, entre outros.







Ficha técnica:
Direção: Lúcia Murat.
Produção executiva: Luís Vidal e Paola Abou-Jaoude.
Roteiro: Lúcia Murat e Tunico Amâncio.
Fotografia: Dudu Miranda.
Direção de arte: Caco Moraes.
Duração: 70 min.


Este é um documentário sobre a participação de Alberto Santos Dumont no desenvolvimento da aviação. O filme resgata imagens do aviador brasileiro que julgavam inexistentes ou perdidas para sempre e entre elas estão a do vôo definitivo do 14 – Bis, as do experimento com o número 18 no Sena e as dos mais importantes vôos do Mademoiselle. Narrado em tom jornalístico, “ O Homem pode voar” se concentra na contextualização do trabalho de Santos Dumont em meio aos outros aviadores que no início do século 20 empenhavam-se em criar objetos voadores capazes de decolar, seguir uma direção e pousar por meios próprios, e de sua presença na sociedade da época.




Ficha técnica:
Direção: Nelson Holneff.
Produção: Elaine Mattos.
Roteiro e pesquisa histórica: Henrique Lins de Barros.
Pesquisa de imagem: Antonio Venâncio.
Música: David Tygel.
Fotografia: Sylvestre Campe.
Edição: Raquel Couto.
Narração:Roberto Maya.
Duração: 75 min.




Ônibus 174 é um documentário que partiu de uma investigação cuidadosa, baseada em imagens de arquivos, entrevistas e documentos oficiais sobre o seqüestro de um ônibus em plena zona sul do Rio de Janeiro. O seqüestro ocorreu em 12 de junho de 2000, e foi filmado e transmitido ao vivo por 4 horas, paralisando o país.
O filme narra a estória do seqüestro em paralelo à estória de vida do seqüestrador, intercalando as imagens que a televisão fez da ocorrência policial com uma narrativa que revela como um típico menino de rua carioca virou um bandido. As duas narrativas dialogam formando uma realidade que transcende à ambas, e que revela ao espectador porque o Brasil é um país tão violento.




Ficha técnica:
Direção: José Padilha.
Co-direção: Felipe Lacerda.
Produção: José Padilha, Marcos Prado e Rodrigo Pimentel..
Fotografia: Cesar Moraes e Marcelo Guru.
Pesquisa: Jorge Alves e Fernanda Cardoso.
Duração: 133 min.


Enquanto a violência explode de uma forma cada vez mais assustadora pelo mundo, o filme trata de um dos mais tristes e cruéis episódios da história do século XX.
Timor Leste é uma pequena ilha localizada entre a Austrália e a Indonésia e que foi colonizada pelos portugueses.
Desde 1974, quando começou a lutar por sua independência, foi invadida pela Indonésia (maior país muçulmano do mundo)  e teve quase um terço de sua população dizimada.
Quando, em 1999, o povo maubere pode finalmente escolher democraticamente entre a independência ou a integração à Indonésia, o país foi barbaramente queimado como marca de despedida.
Lucélia Santos chegou com sua equipe ao país um ano após esse trágico acontecimento e registrou com seu olhar sensível a situação do povo maubere. Sua vida, crenças, luta, esperança, tragédias ...
Timor Leste” é um filme triste e sensível que mostra como a realidade pode ser mais cruel e assustadora do que a ficção.

Ficha técnica:
Direção e produção: Lucélia Santos.
Fotografia: Luis Abramo.
Roteiro: Pedro Neschling e Lucélia Santos.
Montagem: Mair Tavares.
Música: Carlos Pacini  e Carlos Pacini Filho.
Arquivo de imagens: Rádio Televisão Portuguesa (RTP).


Em 5 de outubro de 1997 uma equipe de cinema entrou na favela Vila Parque da Cidade, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Os moradores assistem à missa celebrada pelo papa João Paulo II, no Aterro do Flamengo. Em dezembro a equipe volta a favela para descobrir como sues moradores viveram a experiência religiosa. Católicos, espíritas e evangélicos, todos eles têm em comum a crença numa comunicação direta com o mundo sobrenatural através da intervenção, em seu cotidiano, de santos, orixás, guias, ou do Espírito Santo. O filme termina em 24 de dezembro, quando alguns personagens celebram, cada um a seu modo, o natal.





Ficha técnica:

Direção: Eduardo Coutinho.
Fotografia: Luis Felipe Sá e Fabian Silbert.
Produção executiva: Claudius Ceccon, Dinah Frotté e Elcimaf de Oliveira.
Pesquisa e consultoria: Patrícia Guimarães.
Montagem: Jordana Berg.
Direção de produção:Cláudia Braga.
Duração: 80 min.


Dirigido pelo ator Zózimo Bubul, “Abolição” é um documentário que aborda a condição do negro no Brasil, enfocando temas como o padrão de vida dos negros, sua luta e sua realidade. Rodado em cores e preto e branco, apresenta fotos históricas que descrevem as muitas situações enfrentadas pelos escravos, traçando um paralelo de seus descendentes nos dias atuais. O filme traz depoimentos de personalidades negras de todo o país.
Realizado por ocasião das comemorações do centenário da assinatura da “Lei Áurea” pela Princesa Isabel abolindo a escravidão no Brasil, “Abolição” traz um questionamento sobre que tipo de abolição houve neste país, pois 100 anos depois a luta continua contra a desigualdade e o racismo.



Ficha técnica:
Roteiro e direção: Zózimo Bubul.
Fotografia: Walter Carvalho

Depoimentos:
Abdias do Nascimento / Lélia Gonzalez / Beatriz do Nascimento / Grande Otelo / Joel Rufino / Dom Èlder Câmara / D.João de Orleans  Bragança / Gilberto Freire.



Este documentário de Paulo Roscio promove o gol à categoria de ciência, e o título “Zico na Rede” diz exatamente ao que ele se propõe: uma festa de gols, todos antecedidos de falas curtas do próprio Zico, de colegas como Júnior, Adílio, Raul, Edinho ou o folclórico Peu, explicando a gênese de cada gol e seus graus de dificuldade ou originalidade.
Traz, ainda, imagens inéditas de Zico no Flamengo, na seleção brasileira, e mais de 150 gols dos mais importantes da carreira do “Galinho de Quintino”.







Ficha técnica:
Direção, produção executiva e roteiro: Paulo Roscio.
Fotografia: Haroldo Borges e Jorge Monclar.
Música: Alexandre Pires.
Edição: Rodrigo Nascimento.
Pesquisa: Bruno Coimbra.

Depoimentos:
Zico / Adílio / Alcindo / Carlos Alberto Santos / Celso Garcia / Che / Edinho / Junior / Nelinho / Peu q Renato Maurício Prado / Roberto Assaf / Ronaldo Castro / Fábio Luciano / Iata Anderson / Raul Plassman / José Carlos Araújo.







APOIO


  A Riofilme, criada em 1992, sempre desempenhou papel fundamental na revitalização do cinema brasileiro, contribuindo significativamente para a retomada da produção e distribuição dos filmes brasileiros, principalmente no mercado nacional.
Destacando-se por ostentar o maior número de filmes brasileiros lançados no mercado interno, tem estendido sua ação muito além de sua função de distribuidora de filmes. São intervenções de apoio à expansão do mercado exibidor, de estímulo à formação de público para o Cinema Brasileiro e de fomento à produção nos diversos segmentos do audiovisual, o que a tem distinguido como uma instituição singular, que sintoniza sua luta pelo mercado buscando resultados mais amplos e de longo prazo  em prol da nossa cinematografia.



  O Centro Técnico Audiovisual, da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, nasceu a partir de uma parceria entre a Embrafilme e o National Film Board (NFB), do Canadá, através de um acordo de cooperação técnica assinado em 1985.

Gerenciado pelo cineasta Gustavo Dahl, tem por objetivo apoiar o desenvolvimento da produção cinematográfica nacional,  priorizando o realizador independente e estimulando o aprimoramento da produção de filmes; promovendo a implantação de medidas voltadas à formação, capacitação e aperfeiçoamento de pessoal técnico necessário a atividade cinematográfica. Atuar como órgão difusor de tecnologia cinematográfica para núcleos regionais de produção, apoiando o surgimento deles.


Agradecimentos

Riofilme:

Sérgio Henrique Sá Leitão – presidente.
Lia Bahia – gerente de fomento e difusão.
Nixxon Alves da Silva – produção.

CTAv.

Gustavo Dahl – presidente.
Liana Corrêa – coordenação de difusão.
Ana Beatriz Vasconcelos – produção.